Teoria da Aprendizagem

Teoria da Aprendizagem Significativa

[7/5 19:00] Luciano Bastos Jogo Educaçao: @⁨Suellen Jogo Educação⁩ , vc tinha feito um comentário no final da reunião sobre a possibilidade do jogo educativo não ser ou jogo não poder educar, não sei ao certo. Vc poderia explicar aquele teórico que vc está estudando? Please!
[7/5 19:00] Luciano Bastos Jogo Educaçao: Fiquei mega curioso!
[7/5 19:09] Suellen Jogo Educação: Na verdade o que estou estudando é a Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel.
[7/5 19:10] Suellen Jogo Educação: E pelo que tenho visto eu já não sei se a após a aplicação de um jogo o participante aprendeu.
[7/5 19:10] Suellen Jogo Educação: Pq a aprendizagem depende das conexões dos novos conhecimentos com aqueles já presentes na estrutura cognitiva do indivíduo.
[7/5 19:11] Suellen Jogo Educação: O que fazemos ao ensinar é promover a trocar de significados.
[7/5 19:11] Suellen Jogo Educação: Mas a aprendizagem é algo individual.
[7/5 19:11] Suellen Jogo Educação: E bem mais profundo.
[7/5 19:12] Suellen Jogo Educação: A outra questão que levantei é que para alguns o participante precisa querer jogar. E nos jogos didáticos não há muita escolha quando aplicado em sala de aula
[7/5 19:14] +55 21 96983-5412: Essa questão aqui eu tb já li em algum livro, não me recordo onde....
[7/5 19:15] Zacary Jogos: Huizinga
[7/5 19:17] Suellen Jogo Educação: Enviei três textos sobre a teoria no e-mail do Ludus
[7/5 19:17] Suellen Jogo Educação: Recomendo começar pelo Moreira
[7/5 19:17] Suellen Jogo Educação: Pra conseguir entender o Ausubel
[7/5 19:19] Suellen Jogo Educação: Meu objetivo no momento é entender como ocorre a aprendizagem
[7/5 19:19] Suellen Jogo Educação: Lendo Vigostky
[7/5 19:19] Suellen Jogo Educação: Piaget
[7/5 19:20] Suellen Jogo Educação: Ausubel
[7/5 19:20] Suellen Jogo Educação: Novak
[7/5 19:20] Suellen Jogo Educação: Se entender isso eu posso pensar em como ensinar melhor
[7/5 19:23] Suellen Jogo Educação: E entender se o jogo é capaz de ensinar
[7/5 19:23] Suellen Jogo Educação: Digo, de promover a aprendizagem
[7/5 19:34] Paula Piccolo Jogos: Participação voluntária. É um dos elementos de jogo. Segundo caillois, huizinga e mcgonigal
[7/5 19:41] Suellen Jogo Educação: Nessa concepção o jogo é um material potencialmente significativo
[7/5 19:41] Suellen Jogo Educação: Capaz de promover a aprendizagem
[7/5 19:42] Suellen Jogo Educação: Mas ensinar e aprender não é uma relação direta de causa e efeito.
[7/5 19:46] Suellen Jogo Educação: Essas três imagens resumem a ideia da teoria
[7/5 19:57] Suellen Jogo Educação: Esse eu estou lendo neste momento e acho que tá em uma linguagem gostosa de ler.

[Áudio Luciano]

Existe uma teoria da Katie Salen e Eric Zimmerman, na A Regra do Jogo, que fala da experiência lúdica significativa. EU vi o seu texto (da Suellen), sobre a aprendizagem significativa e achei interessante. No caso deles, querem criar uma experiência lúdica significativa enquanto jogo (são game designers), o que não exclui o professor na medida em que ele se torna um game designer educacional. Tem outro texto da PUC Rio que a Paula citou no DOFF, que é o que os jogos comerciais tem que os educacionais não tem, que olham por uma perspectiva de diversão, apelo, que os educativos não tem. Nessa perspectiva, de criar uma experiência mais divertida e interessante. Essa é outra leitura que acho válida.

Áudio Luciano

Achei fantástica a discussão do Azubel, não sei como é resolvido que : levando em consideração que ele falará de uma subjetividade do indivíduo, no momento da aquisição do conhecimento, teríamos que pressupor que essa usbjetividade ocorreria dentro e fora do jogo. Ou seja, não existe o aprendizado também fora do jogo? Ou seja, o papel pedagógico, a "pedagogização do conhecimento", não seria funcional? E se for, a gente ao falar do jogo para o ensino, estamos pressupondo uma "pedagogização" feita pelo próprio professor. E é claro, pelas estruturas do jogo adaptadas para sua produção, qu eé o motivo da pesquisa. Ou seja, isso não conta? A gente não está pressupondo esse processo de aprendizagem? Quanto a subjetividade individual, ela funcionará dentro e fora do jogo. Vygostky tem um texto chamado "a formação social da mente", que é interessante. Quanto a participação do jogo, que a Paula falou, reamlente a Callois, Jane McGonigal e o Huizinga, dirão que para jogo ser jogo ele tem que ser opcional, uma escolha, uma participação. Ao mesmo tempo, precisamos imaginar que os processos escolhidos pelo indivíduo como é o caso do trabalhho do William Glasser teoria da escolha, o quanto na pro´pria prática educativa, na medida em que o aluno vai para a saula de aula obrigado, ou seja, existindo uma estrutura coercitiva no processo, esse aprendizado também não acontece? E aí o jogo nesse processo, descaracterzado, ele deixa de ser jogo para ser uma experiência lúdica educacional, ou um material didático que está dentro do lúdico, mas não é mais um jogo em sua essência.

[8/5 13:42] Suellen Jogo Educação: Na verdade o jogo trocaria significados e contribuiria para que o próprio jogador fizesse suas conexões não arbitrárias e substantiva.
[8/5 13:43] Suellen Jogo Educação: Ou seja, o jogo poder ser um material potencialmente significativo para promover a aprendizagem
[8/5 13:43] Suellen Jogo Educação: Mas não podemos afirmar que ao jogar irá aprender

Em Theory of Fun do ralph Koster ele fala muito sobre jogos e aprendizagem mas na perspectiva de game designer de mercado. E por isso mesmo ele toca num ponto que eu nunca havia parado para pensar: diversão e aprendizagem estão absolutamente ligadas.

Eu compartilho com abaixo um trecho da resenha que escrevi deste livro sobre este tópico:

Ao investigar sobre o significado de jogo entre os teóricos que tentaram conceituar o termo, Koster curiosamente constatou que algumas definições eram contraditórias umas às outras, e, ainda, que nestas definições a ideia de fun não era merecidamente abordada por eles. Isso o motivou se debruçar sobre fun, e foi encontrar sustentação para isso nas teorias cognitivas. Estas afirmam que nosso cérebro é uma máquina de reconhecer padrões e usamos os padrões que já conhecemos para fazer suposições. Nosso cérebro precisa limpar a bagunça com a qual estes padrões nos são apresentados e somos surpreendidos quando algo escapa daquilo que nós esperávamos.
Aplicando estes conhecimentos aos jogos, Koster afirma que reconhecemos e processamos em nosso cérebro as regras de um jogo, da mesma maneira que fazemos com os padrões e as coisas do mundo real. Poderíamos então abordar os padrões do mundo como regras—tais como “o fogo queima”—e fazer destes padrões, jogos. Jogos seriam quebra-cabeças a se resolverem assim como tudo na vida. A diferença é que os jogos por serem sistemas formais, abstratos e icônicos apresentam os padrões para nós menos bagunçados que a vida real. Encarando desta forma, jogos atuariam como poderosas ferramentas de aprendizagem (pp. 37-39).
A prática do jogo leva ao reconhecimento dos padrões daquele jogo e inevitavelmente a graus de domínio nesta prática. Fun, nos jogos, surge a partir do domínio. Quando o domínio é tamanho que o sujeito já é capaz de grokar o jogo, ele se torna entediante, pois não há mais nada que ele aquele jogo possa ensinar ao jogador. Ou seja, a região de aprendizagem de um jogo, e por conseguinte de fun, situa-se entre o domínio e o ponto de grok. Isto se relaciona diretamente com o conceito de flow cunhado por Mihaly Csikszentmihalyi que estudou o nível de concentração de um indivíduo para a realização de determinadas tarefas a partir dos níveis de desafios suscitados por elas.
Enquanto o jogador está na região de aprendizagem seu cérebro está produzindo endorfinas, tal característica é um mecanismo fisiológico de recompensa ao processo de aprendizagem. Assim, segundo o autor, a capacidade humana de obter fun a partir do reconhecimento de padrões seria um avanço evolucionário tão importante quanto o polegar opositor.
Fun tem uma compreensão polissêmica, portanto, Koster precisa definir o campo semântico do qual está falando. Apesar de situar fun dentre diversas sensações no âmbito do divertimento, nem tudo aquilo que seria divertido é necessariamente fun. Para o autor, fun, como já dito antes, trata-se de uma sensação relacionada a aprendizagem, mais precisamente a dominar um problema de esfera mental. Para compreender sua obra, não deve-se confundir fun com reações viscerais ou sinais de status social — que também se tratam de dominar um problema, porém de naturezas respectivamente corporal e social—ou ainda, com apreciação estética, que apesar de ser prazeroso nem sempre se trata de fun, mas de reconhecer padrões em um sistema sem necessariamente dominar os problemas que dele emergem.
Nem sempre ao jogarmos estamos atrás de fun. Algumas pessoas procuram jogos onde possam obter treinamento de uma perícia específica, ou fruir a narrativa que emerge do jogo, ou ainda meditação ou escapismo.
Ainda observando a obtenção de fun por seu viés fisiológico, Koster frisa que pessoas podem ter maior ou menor interesses em determinadas modalidades de jogos devido a seus talentos naturais. E isto fica evidente segundo avaliações de interesses masculinos e femininos para modalidades de jogos diferentes. Interesses moldados, entre outros aspectos, pelos níveis de testosterona e estrogênio do jogador.
Nós sempre buscamos a previsibilidade, pois ela torna a vida mais segura. Mas fun vem a surgir apenas da imprevisibilidade. Porém, jogos propõem uma maneira segura de viver o imprevisível, de reconhecer novos padrões, de tornar imprevisível, previsível, e de aprender com isso. E consequentemente se entediar após o aprendizado se consolidar.

Poxa, posta aqui o link de onde vc publicou!

Thiago Camargo escreveu:Em Theory of Fun do ralph Koster ele fala muito sobre jogos e aprendizagem mas na perspectiva de game designer de mercado. E por isso mesmo ele toca num ponto que eu nunca havia parado para pensar: diversão e aprendizagem estão absolutamente ligadas.

Daniil B. Elkonin - A Psicologia do Jogo
é um livro muito interessante sobre aprendizagem infantil e jogo, o autor foi contemporâneo de Vygotsky e segue a mesma linha sócio-cultural.

Estou lendo esse livro agora e estou gostando muito.

Alessander só tome cuidado. A tradução é muito ruim. Quase sempre o termo jogo aí está se referindo à brincadeira. Outro problema sério é quando o tradutor coloca ao pé da letra "jogo de protagonismo". A língua portuguesa utiliza BRINCADEIRA DE FAZ-DE-CONTA. O tradutor inventou moda bonito aí.

Enfim. Espero ter ssido útil.

Oi, Arnie eu já havia reparado isso, rabisco o livro todo com comentários e fiz vários apontamentos nas minhas leituras, mesmo assim é um excelente livro.
to play em inglês serve para Tocar, jogar, brincar, etc., engraçado que a obra foi traduzida do espanhol.

Não achei a tradução tão ruim, exceto por essa confusão de termos, mas não vi a original e nem a espanhol para comparar.
Obrigado pela dica, vou tomar mais cuidado na leitura.

muito ruim. a original é em russo né? aí fica mais difícil. mas em russo brincar e jogar também não se distinguem. essa distinção é uma pérola da língua portuguesa (as outras latinas não o fazem). é tão bonita quanto saudade.

Mas fora esses problemas de usar jogo e brincadeira misturados, não gostou do livro?
Poderia me indicar alguns?

acho "ok". não há um livo definitivo sobre jogos de tabuleiro na educação. tem que ir somando mesmo. acho ssempre fundamental ler os clássicos: sutton-smith, huizinga e eric zimmermann são os principais.

Muito obrigado pelas referências, Huizinga eu já conheço.
Eric Zimmermann fala sobre game design, nunca li nada dele, mas já "ouvi falar" e fiquei interessado nos 3 livros dele.
Mas o Sutton-smith foi uma descoberta excelente, não conhecia e está bem na área que pretendo pesquisar.
Encontrei até alguns livros dele no libgen. Muito obrigado mesmo.
Abraço,
Alessander

Vi agora que são 4 livros do Eric Zimmermann, vou procurá-los.

Zimmerman e sua co-autora Salen dialogam muito com o Huizinga. É quase um "Homo ludens digitalis" kkkk

Fiquei com mais vontade de ler agora ao saber que dialogam com o Huizinga.
E do Roger Caillois, o que acha do livro dele?

Tem que ler para fazer sua própria conclusão. Sinceramente, acho pouco útil. Por influência do exterior o povo por aqui adora reproduzir a divisão dele dos jogos em Ludus e Aléa. Trata-se de um tema inútil para nós, como venho afirmando há algum tempo: a língua portuguesa já resolveu isso há tempos criando a palavra "brincadeira" (totalmente alea) que se separa de "jogo" (associada ao ludus do sistema de Caillois).

O velho ranzinza escreveu esse livro naquele que deve ter sido o melhor momento da vida dele. Afinal, naquele ano ele estava também se casando, e já não era jovem...

Alessander, eu discuti esses autores no minicurso que dei nesse mês, "Ciência do Jogo de Tabuleiro na Educação". Vou tentar marcar outra edição no segundo semestre (não sei e tenho pernas), mas se marcar, já fica aqui o meu convite. Abs!

Eu também tenho essa percepção do Caillois, nem consegui ler tudo. Nossa, que massa esse minicurso.
Tem gravação? Material de apoio? Escreveu algum artigo nessa linha?
Se marcar me convida sim. Se for mais pro final do ano consigo ir, serei pai em setembro e no comecinho do nascimento ficará bem difícil viajar de Minas.
Forte abraço,
Alessander

Infelizmente não tenho registros. Quem sabe não fazemos um intensivão aí em Mariana. Hehehe vamos falando! abs!

Nossa, seria bem massa.
Tem um pessoal da Universidade Federal de Ouro Preto que tem vontade de fazer um evento de jogos.
Se eu conseguir entrar no mestrado eu agito o evento, mas seria para o ano que vem.
Vamos nos falando.